Presidente da União Espírita vê pandemia como momento de aperfeiçoamento da humanidade

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Reprodução

Para continuidade ao quadro Diário da Esperança, na edição de quarta-feira, o Direto da Redação, da TV Diário, recebeu o presidente da União Municipal Espírita de Santa Maria, Rogério Anése. A liderança espírita comentou sobre os ensinamentos que devemos ter em meio a pandemia e também deixou uma mensagem de esperança àquelas pessoas que perderam seus familiares.

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Diário: Como a Religião espírita explica esse desafio tão difícil que estamos vivendo desde 2020?
Anése: Nós entendemos que estamos encarnados em um corpo, somos um espírito que retorna à carne para cumprir uma jornada evolutiva. Nesses momentos geralmente, que a humanidade atravessa, temos que tirar lições que eles nos trazem. Nós entendemos que é um momento que passamos para nosso aperfeiçoamento, passamos para que a humanidade avance como sociedade. Não seria necessário isso, mas dado nossas imperfeições, ainda temos esses eventos, apesar de toda ciência e técnica que se construiu principalmente, no final do século 20 e início do século 21, nós tivemos um vírus que mostra a fragilidade humana. O corpo físico é muito frágil. Mas devemos lembrar sempre que o que morre é o corpo. O corpo físico tem um tempo determinado de viver na terra e o nosso espírito então segue sua jornada habitando em outros lugares, para depois cumprir sua evolução. Lembrando as palavras que Jesus dizia: " Há muitas moradas na casa de meu pai".

Acreditamos e entendemos esse momento como de reflexão, um momento em que a gente possa entender que o espírito é mais importante que a matéria. Temos que aprender e nos espiritualizar um pouco mais a cada dia nesses momentos em que estamos reclusos, mais pensativos. Entendemos assim.

Diário: E como o espiritismo tem ajudado as pessoas neste momento?
Anése: O espiritismo leva a palavra de consolo quando diz que o corpo físico morre e o espírito sobrevive. Nós temos nos centros espíritas, agora, as atividades virtuais em todos os canais de tecnologia e isso é uma maravilha que o avanço tecnológico nos coloca, de nos comunicarmos instantaneamente. Então,  uma palavra de esperança e de consolo é dada através das exposições doutrinárias e de nossos atendimentos fraternos, agora por WhatsApp, ou por telefone e em algumas situações mais necessárias, agendadas no centro espírita, com todos protocolos de segurança. Essa é a palavra, de que nossos entes queridos que já partiram,  continuam vivendo, o espírito sobrevive à matéria. A dor e saudade que sentimos, tem que ser transformada em um trabalho do bem e da caridade. Temos que nos voltar para que essa encarnação valha a pena. Precisamos levar adiante esses desígnios que nos são colocados e que possamos cumprir nossa missão de maneira muito proveitosa.

Diário: As pessoas têm procurado mais ajuda espiritual nesse momento?
Anése: De início também ficamos surpreendidos, como todos os setores. Imaginávamos que seriam 15 ou 20 dias, um mês. Depois começamos a fazer um trabalho de capacitação, porque nossos centros espíritas são mantidos com recursos da própria associação. Não tínhamos condições nem técnicas para funcionar online. Então realizamos a capacitação dos trabalhadores e de quem atende, o que nos permitiu os trabalhos online. Assim, tivemos aumento da participação. Acreditamos que precisamos buscar essa espiritualidade, esse consolo, que a fé raciocinada que o espiritismo nos traz, mostrando que temos um Deus justo e bom, e que suas leis nos trazem harmonia.

Diário: Quais lições o espiritismo nos traz e como podemos contribuir para enfrentar esse momento tão difícil?
Anése: A primeira lição foi de paciência e de prudência. Tivemos que nos reinventar dentro da paciência e entender que somos frágeis perante a natureza. Fomos pegos em um momento em que imaginávamos sermos imortais ou invencíveis. Para nós espíritas, nos reforça a ideia de elevar o nosso espírito e nos afastar da materialidade. Isso foi um aprendizado, além de nos conectar mais pelos meios sociais. Estamos com saudade do abraço,  do contato, mas logo em seguida vamos ter de volta isso. Nós podemos deixar essa mensagem de esperança, a ciência está aí para isso, estão acontecendo as vacinações dos idosos, logo vamos estar saindo. E precisamos sair melhor do que entramos. A todos que perderam entes queridos, deixamos a mensagem de que lembrem deles, mas que saibam que são espíritos que ainda sobrevivem, que estão ao nosso lado e nos ajudam. Logo nos encontraremos, seguindo nossa jornada também.

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